1. Contagem total de Plaquetas
O que mede:
Quantifica o número total de plaquetas em um microlitro de sangue.
Valores de referência:
150.000 a 450.000/mm³
Alterações:
Trombocitose (Aumento):
Contagem > 450.000/mm³.
Associada a estados inflamatórios, doenças mieloproliferativas ou reações pós-cirúrgicas.
Trombocitopenia (Redução):
Contagem < 150.000/mm³.
Causada por destruição excessiva, produção insuficiente ou sequestro esplênico.
2. Volume Plaquetário Médio (VPM)
O que mede:
O tamanho médio das plaquetas, expresso em femtolitros (fL).
Plaquetas maiores indicam maior atividade e imaturidade, enquanto plaquetas pequenas sugerem produção reduzida.
Valores de Referência:
Normal: 7,4 a 10,4 fL
Alterações:
Aumento do VPM:
Plaquetas jovens e hiperativas, observadas em trombocitopenias reativas ou estados inflamatórios.
Redução do VPM:
Plaquetas antigas ou defeituosas, associadas a hipoprodução medular.
3. Índice de Distribuição Plaquetária (PDW)
O que mede:
Avalia a variação no tamanho das plaquetas, indicando heterogeneidade (anisocitose plaquetária).
Valores de referência:
Normal: 15-17%
Alterações:
PDW Elevado:
Sugere desordens de produção plaquetária ou destruição acelerada.
PDW Reduzido:
Indica menor variação no tamanho das plaquetas, geralmente sem relevância clínica significativa.
Alterações plaquetárias
As alterações na quantidade ou na função das plaquetas podem levar a condições hemorrágicas ou trombóticas.
1. Trombocitose (aumento das plaquetas)
Causas:
Primária:
Doenças mieloproliferativas (ex.: trombocitemia essencial, policitemia vera).
Reativa (Secundária):
Inflamação crônica (ex.: artrite reumatoide).
Infecções.
Pós-operatório ou hemorragias recentes.
Riscos associados:
Tromboembolismo (ex.: trombose venosa profunda, embolia pulmonar).
Sangramento paradoxal em trombocitose extrema (> 1.000.000/mm³), devido ao consumo de fatores de coagulação.
2. Trombocitopenia (redução das plaquetas)
Causas:
Produção reduzida:
Aplasia medular.
Leucemias ou infiltração medular por neoplasias.
Uso de medicamentos (ex.: quimioterápicos, fenitoína).
Destruição aumentada:
Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI).
Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU).
Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD).
Sequestro esplênico:
Esplenomegalia ou aumento de função esplênica em doenças como cirrose ou hipertensão portal.
Manifestações clínicas:
Petéquias e equimoses.
Sangramento gengival ou nasal.
Hemorragias mais graves (ex.: hemorragia intracraniana) em trombocitopenias severas (< 20.000/mm³).
3. Distúrbios funcionais das plaquetas
Mesmo com contagem dentro dos padrões de normalidade, alterações funcionais podem ser encontradas:
Trombastenia de Glanzmann:
Distúrbio hereditário da agregação plaquetária.
Síndrome de Bernard-Soulier:
Distúrbio hereditário de adesão plaquetária, com plaquetas grandes e anormais.
Uso de medicamentos:
Antiagregantes plaquetários, como AAS e clopidogrel, interferem na função plaquetária.
Importância clínica do plaquetograma
O plaquetograma é uma ferramenta essencial na investigação de:
Distúrbios hemorrágicos:
Diagnóstico de trombocitopenias e distúrbios funcionais.
Trombofilias e estados inflamatórios:
Identificação de trombocitose e risco de eventos trombóticos.
Doenças hematológicas:
Auxílio no diagnóstico de neoplasias e doenças mieloproliferativas.
A análise das plaquetas no hemograma fornece informações valiosas para o diagnóstico de condições hemorrágicas e trombóticas.
A interpretação correta de parâmetros como contagem total, VPM e PDW é fundamental para compreender a dinâmica plaquetária e orientar condutas clínicas.
Profissionais de saúde devem estar atentos às alterações no plaquetograma, utilizando essas informações como parte de uma avaliação integral para oferecer o melhor cuidado a seus pacientes.