O monitoramento fetal é uma ferramenta crucial no acompanhamento de gestações de risco, permitindo a avaliação contínua do bem-estar fetal.
A interpretação dos traçados cardiotocográficos segue as diretrizes da ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists) de 2009, que categorizam os traçados em três grupos, cada um associado a diferentes níveis de risco e intervenções.
Categoria 1: Traçado normal
Um traçado cardiotocográfico na Categoria 1 é considerado normal, refletindo um baixo risco de acidose metabólica fetal. As principais características incluem:
- Linha de base: Frequência cardíaca fetal (bpm) entre 110 e 160.
- Variabilidade: Entre 6 e 25 bpm.
- Desacelerações**: Ausentes.
- Acelerações: Podem estar presentes ou ausentes.
A conduta para um traçado normal é simplesmente seguir com o monitoramento regular.
Categoria 2: Traçado indeterminado
Os traçados indeterminados são aqueles que não se encaixam claramente nas categorias 1 ou 3. Estes traçados requerem vigilância aumentada, pois há um risco indefinido de acidose metabólica fetal. As características incluem:
- Linha de base: Frequência < 109 bpm ou > 160 bpm.
- Variabilidade: Comprimida (< 5 bpm) ou saltatória (> 25 bpm).
- Desacelerações: Podem estar presentes, incluindo as do tipo II (variáveis).
- Acelerações: Ausentes ou presentes.
Para traçados indeterminados, a recomendação é estreitar a vigilância, monitorando de perto qualquer sinal de deterioração.
Categoria 3: Traçado anormal
Traçados na Categoria 3 são anormais e indicam um alto risco de acidose metabólica fetal, exigindo avaliação clínica imediata. As características incluem:
- Linha de base: Frequência < 109 bpm ou > 160 bpm.
- Variabilidade: Lisa ou ausente.
- Desacelerações: Recorrentes ou padrões sinusoidais.
- Acelerações**: Ausentes após estimulação fetal (EFA).
Quando um traçado é classificado como anormal, a conduta imediata é avaliar clinicamente a situação e considerar intervenções para garantir a segurança do feto.
A interpretação precisa dos traçados cardiotocográficos é essencial para o manejo adequado do bem-estar fetal durante a gravidez.
As diretrizes da ACOG 2009 fornecem uma estrutura clara para classificar os traçados e determinar as intervenções apropriadas, ajudando a reduzir os riscos associados à acidose metabólica fetal e garantir melhores desfechos para mãe e bebê.