Resumidamente: gatilhos mentais são como chaves que abrem determinados tipos de comportamentos em nosso cérebro, de maneira quase que automática. Antes de mais nada, vou começar te situando no desenvolvimento humano.
Durante muito tempo, a raça humana foi dependente quase que exclusivamente do sistema límbico, o pensamento irracional. Não o sistema límbico neuroanatômico, mas sim o sistema límbico funcional. As ações humanas eram tomadas de acordo com suas emoções e sentimentos, e por muito tempo isso era base para todo o nosso pensamento. Era o suficiente.
Com o passar do tempo, foi-se desenvolvendo o neoencéfalo - “corpo pensante” - que hoje nos faz buscar um porquê, uma razão justificável para cada escolha tomada em nossas vidas.
- Mas aí você se pergunta: “Tá Carlos, e aí? O que eu tenho a ver com isso?” - E eu te respondo, meu pequeno padawan: TUDO.
Se eu pudesse resumir qualquer ser humano em três palavras, diria que são feitos de carne, emocional e racional. Essas duas últimas, importantíssimas, governam a sua maneira de pensar, seus comportamentos e atitudes, e brigam incessantemente pelo controle.
Copywriting nunca foi sobre escrever palavras bonitas. Copywriting se trata de ativação de sistemas. Ativação de emoções, sentimentos, ao mesmo tempo que se estes são sedimentados em bases lógicas e justificadas. Dica de leitura: pesquise sobre a teoria do esquema, um tema da psicologia, para entender melhor como tudo isso funciona.
O sistema límbico, como sistema emocional, age de maneira impulsiva, impensada e totalmente irracional, buscando sempre economizar o máximo de energia possível, com respostas rápidas e diretas. Já o Córtex atua de maneira totalmente contrária, buscando sempre ser o mais racional possível, sem perder a lógica e a razão. É interessante citar aqui também o sistema reptiliano. Mais antigo dos três, é ainda, mais primordial. Nele as decisões são tomadas de maneira totalmente irracional, sendo fator de decisão única e exclusivamente as sensações.
Pensa naquela pessoa que fica com raiva quando tá com fome, que briga e xinga e não tá nem aí pras consequências futuras disso no que tange a inter relação com os outros. Ela não tá agindo por mal, isso é simplesmente um dos efeitos do sistema reptiliano sobre os pensamentos e atitudes dela.
Partindo desse princípio, o copywriter se vê em um vale verde e fértil: o cérebro humano, onde pode literalmente brincar com as sensações e sentimentos, com a ativação do emocional e do racional de seu cliente, se souber onde está pisando. Como já diria um ex professor (nada querido) meu: “A gente só cumprimenta quem a gente conhece”.
Não tem como trabalhar com gatilhos mentais se não sabemos quem são, onde atuam, como utilizá-los, e principalmente: como não utilizá-los. Um grande erro de uma copy mal feita é o uso errôneo de gatilhos mentais, e o mais triste é que isso tem se tornado recorrente. Pensar tem dado trabalho demais. Muitos pararam de fazer copy, e passaram a fazer cópia. O mercado está ficando saturado, exigindo cada vez mais capacitação.
Estude, estude, estude. E não pare nunca.
Seja diferente. Seja melhor.