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Foto do escritorCarlos Felipe

Distócia de ombro: uma complicação obstétrica em bebês de mães com diabetes gestacional (DMG)

Atualizado: 9 de nov.

A distócia de ombro é uma complicação obstétrica complexa que ocorre durante o parto vaginal, quando o ombro do bebê fica preso atrás do púbis materno após o nascimento da cabeça, impedindo a progressão do parto.


Essa condição é frequentemente observado em bebês de mães com diabetes gestacional (DMG) devido a fatores de risco que incluem o alto peso ao nascer e a deposição excessiva de gordura nos ombros do bebê.


O entendimento desses fatores e as estratégias para minimizar os riscos podem auxiliar os profissionais de saúde a manejar essa situação de forma segura e eficiente.



1. Fisiopatologia da distócia de ombro


1.1 O papel do diabetes gestacional (DMG) no peso e distribuição de gordura


O diabetes gestacional (DMG) é um distúrbio caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue da mãe durante a gravidez.


Como consequência, ocorre uma passagem aumentada de glicose para o feto, estimulando a produção de insulina fetal, o que promove um crescimento fetal acelerado e distribuição excessiva de gordura, especialmente na região dos ombros e tronco.


Essa deposição de gordura nos ombros resulta em uma desproporção fetopélvica e aumenta o risco de distócia de ombro durante o parto vaginal.



1.2 Fatores de risco adicionais


Bebês de mães com DMG estão particularmente predispostos a macrossomia (peso ao nascer acima de 4.000g) e a um risco aumentado de distócia de ombro em pesos ainda mais elevados.


O limite de 4.500g é um marcador importante, sendo que a distócia de ombro ocorre em aproximadamente:

  • 9-14% dos bebês pesando entre 4.000g e 4.500g

  • Acima de 20% dos bebês pesando mais de 4.500g


Esses dados sugerem que o acompanhamento rigoroso do peso fetal é uma medida preventiva importante para reduzir as complicações no parto.



2. Aspectos clínicos da distócia de ombro


2.1 Diagnóstico


A distócia de ombro é diagnosticada no momento do parto, geralmente após a manobra da cabeça flutuante ou "sinal da tartaruga", onde a cabeça do bebê se retrai contra o períneo após a tentativa de expulsão. Esse sinal reflete o aprisionamento do ombro anterior atrás do púbis.



2.2 Manifestações clínicas


Os profissionais de saúde devem estar atentos a sinais clínicos durante o parto, como:

  • Retração da cabeça fetal contra o períneo após o parto da cabeça.

  • Resistência à descida do bebê durante o parto vaginal.


Imagem de bebê bocejando.

3. Estratégias de manejo da distócia de ombro


Quando ocorre a distócia de ombro, o tempo é crítico para reduzir o risco de lesões para o bebê e a mãe.


As principais manobras utilizadas incluem:



3.1 Manobra de McRoberts


A manobra de McRoberts é uma das técnicas mais comuns, que envolve a flexão das coxas maternas contra o abdome. Essa ação ajuda a ampliar o diâmetro da pelve e pode facilitar a liberação do ombro fetal.



3.2 Manobra de Rubin e manobra de Woods


Essas manobras envolvem a rotação do ombro fetal de maneira controlada para facilitar o desengajamento do ombro anterior da sínfise púbica.


São técnicas que exigem precisão e experiência do obstetra para evitar lesões ao bebê.



3.3 Episiotomia e extração de emergência


Em casos de extrema dificuldade, uma episiotomia pode ser realizada para aumentar o espaço pélvico.


Em situações onde as manobras convencionais falham, pode ser necessário recorrer a uma cesárea de emergência para assegurar a segurança materno-fetal.



4. Complicações associadas


A distócia de ombro está associada a uma série de complicações, incluindo:


  • Fratura de clavícula ou úmero do bebê.

  • Paralisia de Erb devido à lesão do plexo braquial, o que pode causar dificuldades motoras no membro superior.

  • Hemorragia materna e lacerações perineais graves.


Essas complicações reforçam a necessidade de um manejo adequado e de uma avaliação criteriosa dos fatores de risco para distócia de ombro em bebês de mães com DMG.



5. Prevenção e planejamento obstétrico


5.1 Monitoramento do peso fetal


O acompanhamento rigoroso do crescimento fetal por meio de ultrassonografia é fundamental.


Em casos de DMG onde o peso estimado do bebê ultrapassa 4.000-4.500g, o obstetra pode considerar uma cesárea eletiva para evitar os riscos da distócia de ombro.



5.2 Controle glicêmico materno


O controle adequado dos níveis de glicose na mãe durante a gravidez é essencial para minimizar os riscos de macrossomia e reduzir o risco de complicações no parto.


A distócia de ombro é uma complicação obstétrica desafiadora, especialmente em bebês de mães com DMG.


A identificação dos fatores de risco, como o peso elevado ao nascer e a distribuição aumentada de gordura nos ombros, deve guiar a tomada de decisão e o planejamento do parto de forma efetiva.


Estratégias como controle glicêmico rigoroso, monitoramento do peso fetal e a consideração da via de parto podem ajudar a reduzir os riscos e melhorar os desfechos obstétricos.

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Fotos disponibilizadas por IA, Pexels ou Unsplash.

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