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Foto do escritorCarlos Felipe

A ameaça do "superfungo" Candida auris em Belo Horizonte: implicações para a prática médica

Nos últimos dias, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou a ocorrência de quatro casos do superfungo Candida auris no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte.


Este patógeno tem despertado preocupações não apenas entre as autoridades de saúde, mas também entre profissionais da medicina, dada sua alta resistência a medicamentos e a potencial gravidade das infecções que pode causar.



O que é o Candida auris?


Candida auris é um fungo patogênico que foi identificado pela primeira vez em 2009 no Japão e, desde então, tem sido associado a surtos em diversos países, incluindo o Brasil.


O que torna esse fungo particularmente preocupante é sua resistência a múltiplos antifúngicos, como fluconazol, anfotericina B e equinocandinas, dificultando o tratamento das infecções que provoca.


Além disso, sua capacidade de formar biofilmes o torna ainda mais resistente, complicando as abordagens terapêuticas.



O cenário atual em Belo Horizonte


A confirmação de quatro casos do "superfungo" Candida auris em BH, no Hospital João XXIII, incluindo pacientes que já receberam alta e que permanecem internados, reflete a necessidade de vigilância rigorosa em ambientes hospitalares.


Fábio Baccheretti, secretário de Saúde de Minas Gerais, expressou que a preocupação é focada dentro dos hospitais, onde os pacientes são mais vulneráveis e podem estar em risco de infecções severas.


Além dos casos confirmados, 24 pacientes estão sob monitoramento, aguardando resultados de exames. Essa situação requer uma resposta rápida e coordenada para evitar a proliferação do fungo em outros hospitais e em comunidades mais amplas.



Medidas de prevenção e controle


As autoridades de saúde têm adotado diversas medidas para controlar a disseminação do Candida auris, incluindo:


  1. Isolamento de pacientes: Todos os pacientes infectados são mantidos em leitos isolados para evitar a transmissão do fungo a outros pacientes.

  2. Higiene rigorosa: Protocolos de higienização das mãos e do ambiente hospitalar são intensificados. O uso de luvas e aventais é obrigatório ao entrar em contato com casos suspeitos.

  3. Testes de detecção: A realização de testes para identificar novos casos é essencial para o controle do surto.

  4. Treinamento e capacitação: Equipes de saúde são treinadas para reconhecer os sinais de infecção por Candida auris e aplicar as medidas necessárias para prevenir a disseminação.


Imagem que representa o fungo Candida auris

A situação em Belo Horizonte serve como um alerta para médicos e estudantes de medicina em todo o Brasil. O superfungo Candida auris pode representar um desafio significativo à saúde pública, demandando conhecimento, vigilância e protocolos rigorosos de controle, principalmente frente a um futuro desconhecido (ou ainda não visto anteriormente).


Profissionais de saúde devem se manter atualizados sobre as diretrizes e recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de compartilhar informações sobre práticas seguras para evitar infecções.


O enfrentamento eficaz e melhor entendimento dessa ameaça requer uma abordagem colaborativa entre todos os níveis do sistema de saúde na cidade.


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